O Tempo Nas Cidades

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Transportar a cada dia quinze milhões de empregados de escritório, manter o serviço de eletricidade, de água, de televisão, administrar essa nossa população, tudo isso dependia de um só fator: o tempo! Caso contrário, os fusíveis saltavam e a recuperação do sistema seria muito cara. Daí, houve necessidade de descongestionar os horários, segundo a zona da cidade. Só se podia ligar a máquina de lavar, postar uma carta ou tomar um banho, durante uma faixa determinada de tempo. No edifício que, antigamente, era um dos maiores parlamentos do mundo, isto é, o lugar onde se faziam leis, nesse décor, de estilo gótico perpendicular, uma espécie de ministério do tempo estava pouco a pouco se constituindo, em torno de um relógio gigantesco. Um sistema de cartas coloridas e uma série de quadros publicados a cada dia, assim como programas de televisão, permitiam a cada pessoa sua localização dentro daquela faixa de tempo. Esse organismo não poderia subsistir senão sincronizando estritamente cada passo, cada refeição, cada chamada telefônica. Os carros tinham placas de cores diferentes, de acordo com o horário em que podiam circular, e assim o sistema se generalizou.

Conforme corretamente sincronizados, contudo, uma fotografia de seus auxiliares tirada pelo observador na origem revelaria que o relógio de qualquer auxiliar mais distantes é por ele visto sempre atrasado em relação ao relógio de qualquer auxiliar situado em posição mais próxima. Os físicos referem-se a essa ideia de que tempo só se move para a frente como a "seta do tempo", e a ideia do tempo unidirecional parece ser verdadeira para a vida e os objetos em escala humana. O tempo t de um evento em um dado referencial corresponde assim ao mesmo que seria registrado caso se houvesse apenas um observador, o situado na origem, e apenas um relógio, o situado na origem, contudo subtraído do intervalo de tempo necessário para a luz propagar-se do local de ocorrência do evento - do local onde encontra-se o auxiliar que registra o evento - até o observador na origem do sistema de coordenadas.

Nestas escalas a definição apresentada mostra-se inadequada, certamente, e os requisitos tecnológicos nos levaram à era dos relógios atômicos. O padrão de tempo atual conforme estabelecido pelo Sistema Internacional de Unidades (S. I.) tem por base os princípios da relatividade, tendo por padrão periódico as oscilações da radiação eletromagnética. O Sistema Natural de Unidades é definido de forma que as principais constantes naturais, a saber a velocidade da luz C, a constante de gravitação G, a constante elétrica K na equação de Coulomb, a constante de Boltzmann k e a constante reduzida de Planck h (entre outras) assumam todas valor unitário. No contexto, outra unidade de tempo, esta pertencente ao Sistema Natural de Unidades e frequentemente usada ao se trabalhar com física moderna, merece menção particular: o tempo de Planck. Nos séculos sob domínio da física clássica apenas, a unidade de tempo e a unidade de comprimento em vigor eram preestabelecidas por conceitos independentes, e a velocidade da luz era medida experimentalmente, sendo especificados, portanto, seu valor e o valor da incerteza experimental.

Para Perls et al. Esse processo é uma totalidade, mas pode ser dividido em uma sequência de fundos e figuras proposta por Perls et al. Ou seja, o sujeito que se mantém em contato saudável com o mundo, está aware, ou seja, está alerta, presente, consciente de si mesmo e de suas possibilidades. Vimos, assim, a perspectiva por meio da qual se dão as relações entre organismo e meio, que acontecem sempre em ciclos que devem ser completados de modo a não deixar Gestalten inacabadas (Perls et al., 1997). No entanto, as interrupções podem ocorrer ao longo desse ciclo, gerando desequilíbrios, fixações que se manifestam sob a forma de patologias ou comportamentos disfuncionais. 1997), a experiência é essencialmente contato, é o funcionamento da fronteira entre o organismo e seu ambiente. Dessa forma, o contato saudável tem uma estreita relação com o manter-se consciente na situação presente. 1997): pré-contato, contato, contato final e pós-contato. É a awareness que permite a autopercepção que, por sua vez, possibilita uma vivência autêntica. If you liked this post and you would like to get extra information relating to reviews over at Doskarvp kindly go to our webpage. O contato ocorre em um lugar denominado de fronteira e, de acordo com Robine (2006), designa o processo de ajustamento criador do organismo e seu meio.

No intervalo, eu me familiarizei com as categorias meta-históricas da "experiência" e da "espera" (ou "expectativa"), tais como foram trabalhadas pelo historiador alemão Reinhart Koselleck, com vistas a elaborar uma semântica dos tempos históricos. Interrogando as experiências temporais da história, ele pesquisava "como em cada presente, as dimensões temporais do passado e do futuro tinham sido postas em relação".3 3 KOSELLECK, Reinhart. Um colóquio, concebido pelo helenista Marcel Detienne, comparatista convicto, foi a ocasião de retomá-la e trabalhá-la em comum com um antropólogo, Gérard Lenclud. Le futur passé. Paris : EHESS, 1990, p. 307-329. É justamente aí que era interessante investigar, levando em conta as tensões existentes entre "campo de exercício" ("experiência" — NT) e "horizonte de espera" e estando atento aos modos de articulação do presente, do passado e do futuro. A noção de regime de historicidade podia assim se beneficiar de um diálogo entre (fosse por meu intermédio) de Sahlins com Koselleck: da antropologia com a história.